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Proibido em diversos países, o spray de pimenta pode ser letal em pessoas com problemas respiratórios, cardíacos ou em mulheres grávidas. Já foi comprovado que esse agente químico também tem efeitos abortivos. A Anistia Internacional considera o ‘spray de pimenta’ uma arma de tortura.

Desenvolvido no final da década de 70 e disseminado durante os anos 80, o “spray de pimenta” é uma arma química de baixa letalidade, disparada por meio de aerossol. O ingrediente ativo no armamento é a Capsaicina, forma concentrada de substâncias com poder de irritação retirada de plantas picantes.

Atua nas mucosas e nos olhos, causando dificuldades para respirar, irritação da pele e pânico. É descrito pelo fabricante nacional como de “excelente eficiência na incapacitação de pessoas”. O desconforto de spray de pimenta pode levar de 20 minutos a 2 horas para passar e depende do grau de exposição e das características da vítima. Mesmo após removido da pele, o spray pode continuar agindo.

Apesar de descrito como “não letal”, o spray de pimenta pode ser letal em pessoas com problemas respiratórios, cardíacos ou em mulheres grávidas. A Anistia Internacional classifica esse agente químico como arma de tortura. Seu uso foi proibido no Chile após a comprovação de seus efeitos abortivos. No Canadá, é classificado como arma proibida, sendo permitida utilização apenas para quem tem grande número de animais. Na Finlândia e na Suécia, é classificado como arma de fogo e requer licença para a sua utilização. Na Austrália nem mesmo a Polícia pode usar, pois é considerada arma proibida.

Entre as recomendações de uso, estão: não borrifar continuamente extensa quantidade; disparar o spray a alguns metros de distância; e não mirar nos rostos e olhos das vítimas. Muitas vezes, no entanto, os oficiais não seguem as indicações, atingindo pontos sensíveis de suas vítimas, como os olhos, e disparando largas quantidades ininterruptamente.

 “A dor que o spray causa é algo agonizante. Você fica incapacitado de fazer qualquer coisa; você não consegue enxergar, você não consegue respirar, você não consegue fazer nada e sabe que não pode ficar parado ali por que pode ser agredido a qualquer momento”. Manifestante anônimo, marcha da maconha 2010